Jejum e Exercício. Combinam?

O queridinho do momento, o jejum passou a comandar as conversas sobre perda de peso. A promessa de que o jejum é capaz de trazer emagrecimento fácil e rápido, com melhora de: inflamação, redução do stress oxidativo, redução de colesterol, redução da pressão arterial, auxílio no controle glicêmico, entre outras, tem se propagado rapidamente.

Mas será de fato o jejum eficiente? Seguro? Recomendado para quem pratica esporte?

Vamos então falar um pouco mais sobre jejum!

Jejum, de acordo com dicionário, pode ser definido como: privação total ou parcial de alimentos. Sendo assim jejum é quando o organismo necessita consumir mais do que é oferecido.

Jejum é diferente de restrição calórica, onde a ingestão de calorias é reduzida em até 40%, mas a frequência das refeições é mantida. Difere também de inanição, que é um termo incorretamente usado como substituto do jejum. Inanição é uma forma extrema de jejum que implica em riscos graves à saúde e até morte.

Existem diferentes tipos de jejum. Existe o jejum prolongado ou intermitente, que pode ser praticado anualmente ou em datas fixas ou de acordo com discernimento individual. Dependendo do tipo de jejum este pode envolver total abstenção de alimentos e água ou apenas de alimentos ou ainda apenas de determinados alimentos.

Muitos atletas e praticantes de atividade física relatam desconforto ao comer e treinar em seguida, mas será a melhor solução treinar em jejum!?

A resposta é simples: depende.

Sim, depende do que você pretende comer antes do treino, qual o seu treino e duração do mesmo.

Já é mais que bem demonstrado e comprovado por todos os guidelines da área de nutrição esportiva que é fundamental comer antes da prática de qualquer atividade física, uma vez que o organismo sem energia não é capaz de gerar a mesma performance, além de uma provável piora cognitiva e aumento do risco de lesões. Tudo isso resultado de uma produção de energia não tão eficiente. Existem indivíduos que mostram sinais de tontura e mau estar.

Ainda em tempo vale destacar que grandes quantidades de alimento podem prejudicar a performance.

Existem de fato indivíduos que toleram muito bem o treino em jejum, contudo vale ressaltar que tolerar treinos em jejum não implica em uma prática saudável! Assim como comer alimentos de difícil digestão ou em grande volume pode não ser a melhor pedida.

As gorduras, por exemplo, são grandes fornecedoras de energia, porém tem digestão lenta e retardam esvaziamento gástrico, podendo gerar mau estar dependendo da quantidade que foi ingerida. Mas em atividades de longa duração e se ingerida com pelo menos 1h de antecedência pode ser uma boa pedida, desde que com atenção ao tipo de gordura. Opte por uma pasta de nuts (amendoim ou amêndoas), por exemplo, ou abacate ou açaí.

Já os alimentos ricos em carboidratos definitivamente são a melhor opção, como: pães, bolos, frutas, batata, mandioca, inhame, cara, barra de cereais, entre outros.

Para atividades na água suplementos a base de carbos como géis ou carboidratos em pó (maltodextrina ou palatinose ou waxy maize) podem ser uma ótima opção por não fazerem grande volume no estômago e por serem de fácil digestão e absorção!

Lembre-se de que o tempo de digestão varia muito de indivíduo para indivíduo. Logo se teste, se observe, coma em uma janela de 15 a 60 minutos antes de cair na água e bom treino!

 

Alessandra Rodrigues